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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Definição de DPOC


Para se entender o que é a doença pulmonar obstrutiva crônica é preciso primeiro ter noções básicas da anatomia e do funcionamento dos pulmões.

Quando inspiramos, o ar entra pela nossas vias aéreas superiores e chega a traquéia. Está bifurca-se, formando os brônquios principais, cada um indo em direção a um pulmão. Conforme avançam para o interior dos pulmões, os brônquios se ramificam em segmentos menores, chamado de bronquíolos, que por sua vez, terminam nos alvéolos.
Os alvéolos são microestruturas em forma de sacos, altamente vascularizadas, responsáveis pelas trocas gasosas. O sangue que chega aos alvéolos recebe o oxigênio inspirado e entrega de volta o gás carbônico para ser exalado na expiração.



                          Trocas gasosas nos alvéolos. Inspira-se O2, expira-se CO2 (clique para ampliar)
 

Definição de DPOC

A doença pulmonar obstrutiva cronica caracteriza-se por uma limitação da passagem de ar pelas vias respiratórias dentro dos pulmões, principalmente durante a expiração. O ar consegue entrar, mas apresenta dificuldade para sair, ficando preso dentro dos pulmões. Este aprisionamento do ar ocorre pela destruição do tecido pulmonar e perda da elasticidade dos bronquíolos e alvéolos, que acabam por colabar durante a fase expiratória do ciclo respiratório. A destruição dos bronquíolos e alvéolos também é responsável pela perda de capacidade do pulmão em realizar as trocas gasosas, fazendo com que o paciente não consiga aproveitar o oxigênio respirado, nem expelir adequadamente o gás carbónico (CO2) produzido.

A DPOC costuma ser um doença progressiva causada por uma resposta inflamatória anormal dos tecidos pulmonares após exposição cronica a partículas ou gases nocivos, como o fumo, por exemplo. Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem DPOC. Outras causas mais raras de DPOC incluem doenças genéticas como deficiência de alfa-1-antitripsina, exposição cronica a poeira tóxica como nos casos de mineração de carvão, fumaça de soldagem ou fumaça de fogo.

Ao contrário dos quadros de asma comum cuja obstrução só existe durante os períodos de crise, a obstrução do DPOC é constante e irreversível. Bronquite é um termo que significa inflamação dos brônquios. Na asma, a bronquite é aguda e reversível. No DPOC ela é crônica e permanente. Porém, é muito comum esses doentes apresentarem episódios de asma sobrepostos a sua doença, ou seja, uma bronquite aguda em cima de uma quadro de bronquite cronica.

 
a) Bronquite cronica
 Na bronquite crônica a lesão pulmonar se localiza nos brônquios e bronquíolos, tornando-os crônicamente inflamados, espessos e com constante produção de muco. O paciente com bronquite crônica apresenta além dos sintomas de falta de ar e cansaço, um quadro de tosse crônica com expectoração.
Bronquite crônica - DPOC

b) Enfisema pulmonar

O enfisema se caracteriza pela destruição e alargamento dos bronquíolos terminais e alvéolos, que perdem sua elasticidade e favorecem o aprisionamento do ar dentro dos pulmões. No enfisema notamos uma hiperinsulflação mantida dos pulmões devido ao ar que nunca sai por completo.

Enfisema - DPOC
Na prática clínica o que encontramos, na verdade, é um sobreposição entre as duas doenças. O doente com DPOC pode ter um quadro com mais características de bronquite cronica, mas apresenta sempre algum grau de destruição dos alvéolos e hiperinsulflação. O mesmo ocorre no enfisema, que costuma ter também algum grau de produção de muco e tosse cronica. Por isso, o termo DPOC é mais adequado para definir a doença destes pacientes.

Sintomas do DPOC

A maioria dos pacientes que desenvolvem DPOC apresentam um histórico de fumo prolongado, pelo menos 1 maço de cigarros por dia durante 20 anos .
A doença começa normalmente a se manifestar após os 40 anos de idade. O primeiro sintoma perceptível costuma ser tosse matinal com expectoração. Porém, um sinal que costuma passar despercebido pelo paciente e seus familiares é o sedentarismo progressivo. Devido ao cansaço e a falta de ar que os esforços começam a produzir, o paciente vai progressivamente limitando suas atividades diárias, até o ponto em que, depois de alguns anos, a doença está tão avançada que mesmo em repouso sente-se cansado e com falta de ar. Como o DPOC acomete pessoas mais velhas, o cansaço e a falta de ar aos esforços são normalmente atribuídos ao envelhecimento e ao cigarro, não despertando muita atenção inicialmente

Conforme a doença progride, a tosse e a expectoração começam a ficar cada vez mais frequentes. A falta de ar tornar-se limitante. A produção de muco e a destruição dos tecidos pulmonares favorecem o aparecimento de infecções, como pneumonia (leia: SINTOMAS DA PNEUMONIA). O broncoespasmo (chiado no peito) começa a ocorrer com frequência.

Dependendo do tipo de DPOC predominante (bronquite crônica ou enfisema), o paciente costuma apresentar duas aparências distintas.

- O enfisematoso é muito magro, desnutrido, com a caixa torácica aumentada, chamada de tórax em barril. É um doente com importante hiperinsulflação do pulmão e dificuldade para pôr o ar para fora, respirando como se estivesse sempre assoprando.

- O bronquítico crônico costuma ser mais para o obeso, cianótico (tom arroxeado da pele por falta de oxigenação adequada), com tosse frequente e grande produção de catarro.



                                                                  Enfisema X bronquite cronica

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